Deficiência auditiva e intervenção precoce na população adulta: importância que vai além de simplesmente “escutar”

Sabemos que o uso de aparelhos de amplificação sonora e a reabilitação auditiva melhoram o entendimento de fala, evitam o isolamento, mantém o contato familiar e social e assim, consequentemente, proporcionam melhor qualidade de vida.
O que muita gente ainda não sabe é que pessoas idosas com perda de audição têm mais possibilidade de desenvolver demência do que as que têm audição normal.
O risco de demência aumenta com o grau de perda auditiva! Para se ter uma ideia, alguém com perda auditiva leve pode ter 2 vezes mais chances de desenvolver demência. Um indivíduo com perda de audição moderada tem 3 vezes mais chances e alguém com perda severa tem 5 vezes mais quando comparados com as pessoas com audição normal.
A deficiência auditiva não é considerada característica da demência, mas várias pesquisas recentes sugerem que a perda auditiva pode prever ou acelerar a deterioração cognitiva. Sabe-se, hoje, que uma perda de audição tem efeitos sobre a deterioração cognitiva equivalente a cerca de sete anos de envelhecimento.
Dessa forma, além da reabilitação proporcionar mais qualidade de vida e isso já ser um grande motivo para iniciarmos o quanto antes o processo de reabilitação, essas informações que discutimos aqui mostram que esperar para iniciar o uso de amplificação pode trazer ainda mais consequências do que imaginávamos no passado.